quarta-feira, 2 de março de 2011

Entendendo a mamãe.

 Nunca entendi quando minha mãe dizia que ela apenas sofreria ao me ver sofrer. Na verdade, eu achava que era mais uma desculpa fajuta para driblar seu possível fracasso como mãe.

 Muitas pessoas dizem que só passamos a ver o mundo de uma forma mais humana quando temos um filho ou quase perdemos a vida, e como ainda não passei por nenhum dos dois, incluo nessa lista o amigo.


 Ontem eu conversei com um amigo meu. Ele está em outra cidade e por lá permanecerá por pelo menos quatro anos. Ontem foi a primeira vez que nos falamos desde que ele se foi, e ao ver a imagem dele dele no meu monitor, meu coração se encheu de um sentimento até então desconhecido.

 Pincelamos os principais assuntos que nos identificam, mas nos olhos dele, o brilho já não era o mesmo. Tudo que ele escrevera antes sobre a morna felicidade em que se encontrava estava ali na minha frente. E eu que nunca gostei muito de olhar nos olhos, agora arregalava os meus para tentar reconfortá-lo... mas não adiantava, a webcam estava ruim.

 Ultimamente tenho sido chamada de insensível e até indiferente com os sentimentos e pessoas, mas ontem... ontem eu abri os meus braços e havia seis horas de viagem que impediam o abraço que tantas outras vezes nos tranquilizara. 
 Não era justo que ele estivesse naquela situação, eu não o incentivei a ir embora para passar por aquilo, não era aceitável que as novas pessoas não o fizessem feliz.
 E eu, que era a forte, de repente enfraqueci.

 Contamos algumas piadas, lembramos alguns fatos memoráveis, dei um incentivo barato e a conversa terminou por aí.

 Sobres os olhos opacos e a falta do abraço ninguém disse palavra. Mas quando eu desliguei o pc, olhei bem nos olhos da minha mãe e entendi a profundidade de um silêncio.
 No banheiro, eu pedi encarecidamente aos céus que melhorassem a vida do meu amigo, pois eu já havia deixado escapar uma lágrima.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Questão decoreba..

Blá blá blá...
Blé blé blé.. bli bli bli...
Bló bló bló...
Blu...

- Ah, chega porra! Cansei.